Ano de publicação
2024
Autor
Antonio Pazin-Filho ,Maria Eulália Lessa do Valle Dallora ,Tonicarlo Rodrigues Velasco ,Roberto de Oliveira Cardoso dos Santos ,Gustavo Jardim Volpe ,Diego Marques Moroço ,Danilo Arruda de Souza ,Cláudia Marques Canabrava ,Luís Vicente Garcia ,Edwaldo Edn
Arquivo
Descrição
A gestão centralizada de filas ajuda a reduzir o tempo de espera cirúrgica no sistema público de saúde, mas isso não é uma realidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Descrevemos a implementação do “Pacientes com Indicação Cirúrgica” (PSI) em um hospital público terciário brasileiro, o impacto no tempo de espera e sua utilização no racionamento de cirurgias oncológicas durante a Pandemia de COVID-19. Tratas-se de estudo observacional retrospectivo de solicitações cirúrgicas eletivas (2016–2022) em um hospital universitário geral, público e terciário brasileiro. Recuperamos informações sobre as entradas (indicações), saídas e seus motivos, o número de pacientes e o tempo de espera na fila.Foram cadastradas 82.844 indicações no PSI (2016–2022). O tempo de espera (mediana e intervalo interquartil) em dias diminuiu de 98(48;168) em 2016 para 14(3;152) em 2022 ( p   lt; 0,01). O mesmo ocorreu com o backlog que variou de 6.884 em 2016 para 844 em 2022 ( p   lt; 0,001). Durante a Pandemia, houve redução no número de cirurgias não oncológicas por mês (intervalo de confiança de 95%) de -10,9(-18,0;-3,8) na Fase I (janeiro de 2019-março de 2020), manutenção na Fase II (abril de 2020-agosto de 2021) 0,1(-10,0;10,4) e incremento na Fase III (setembro de 2021-dezembro de 2022) de 23,0(15,3;30,8). Nas condições oncológicas, esses números foram de 0,6(-2,1;3,3) para a Fase I, aumento de 3,2(0,7;5,6) na Fase II e 3,9(1,4;6,4) na Fase III. Implementar uma lista centralizada de indicações cirúrgicas e desenvolver princípios de gerenciamento de filas mostrou-se viável, com racionamento efetivo. Demonstrou, de forma sem precedentes, a diminuição do tempo médio de espera no Brasil.