No portal do CFM – Conselho Federal de Medicina, o presidente da entidade, Carlos Vital atribui a queda no número de leitos a má gestão e ao mau uso de verbas disponíveis e disse, ainda, que vai encaminhar as informações para ciência e providência ao Congresso Nacional, Ministério Público da União e Tribunal de Contas da União.

Já a assessoria de comunicação Ministério da Saúde em Brasília informou, em nota ao OPGH, que concentra esforços para expandir o número de leitos em casos mais graves e complexos e que, nos últimos dez anos, aumentou em 671% os leitos de UTI, passando de 2.786 em 2008 para 21.483 em 2018.  Disse, ainda, que com os avanços tecnológicos, tratamentos  que antes exigiam internação passaram a ser feitos nos ambulatórios e domicílios, e que  a tendência mundial é de desospitalização. De acordo com o MS, o SUS atualmente  conta com 333.235 mil leitos.

As Informações do CFM foram apuradas no CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos  de Saúde e concluíram que houve uma queda de 34,2 mil leitos no Sistema Único de Saúde. A análise comparativa do número de leitos foi feita a partir do ano de 2010 até o cadastro de maio de 2018.

De acordo com a análise, a perda ficou mais acentuada nos últimos dois anos quando foram fechados oito mil leitos, ainda segundo o estudo, o país perde 12 leitos públicos por dia. Em 2010 o SUS contava com 326 mil leitos, em maio de 2018  haviam 301 mil.  

Segundo dados do Conselho Federal de Medicina as perdas por região foram as seguintes: 

  • Sudeste é a que mais perdeu leitos – 21,5 mil – queda de 16%
  • Centro-oeste perdeu cerca de 10% -  2.419
  • Nordeste também perdeu 10%  - 8.469 leitos
  • Sul  perdeu 4% - 2.090 leitos

A região Norte foi a única que ganhou mais leitos, 184 correspondente a mais 1%. Em todo país houve um pequeno aumento em leitos de traumatologia e ortopedia, cerca de mil leitos a mais. A queda atingiu 22 Estados e 18 capitais, sendo o Rio de Janeiro a  capital que mais perdeu leitos (4.095).

Ainda de acordo com as informações apuradas,  a saúde suplementar e particular teve um incremento de 9% com 12 mil leitos a mais. Este aumento ocorreu em 21 estados. Já o Estado do Rio de Janeiro também perdeu leitos no setor – menos 1.172.

O OPGH tentou falar com o CFM para saber mais detalhes sobre a metodologia utilizada na análise e se houve uma avaliação qualitativa dos dados associado ao perfil da demanda por internação, mas não obteve resposta.  Em sua nota a assessoria do MS  não faz associação dessa perda com o grande número de pessoas internadas em corredores de hospitais por todo o país, nem especificou quais os casos mais graves em que concentra esforços.

Para saber mais sobre a repercussão da análise do CFM acompanhe as matérias que saíram na mídia aqui no nosso portal.