Ano de publicação
2016
Autor
MARINHO, Ricardo Novaes.
Arquivo
Descrição
Os hospitais universitários federais são componentes estratégicos do sistema de saúde e como tal, vêm enfrentando desafios constantes para manter a oferta de serviços de saúde de qualidade aos pacientes e ensino de excelência aos alunos. Todavia, a preocupação com a sustentabilidade social e, principalmente, a financeira dos hospitais públicos tem levado algum deles a adotarem mecanismos voltados à profissionalização, cuja implementação é um desafio aos seus gestores. Nesse contexto, esse estudo se concentra no exame da nova política de gestão do Ministério da Educação (MEC), a partir da criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), empresa pública responsável em viabilizar a reestruturação dos hospitais vinculados às instituições federais de ensino. A pesquisa tem por objetivo identificar os fatores facilitadores e limitadores da implementação do modelo de gestão da EBSERH no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), considerando a influência das dimensões estrutural e comportamental. Este estudo apoiou-se nos preceitos da Nova Gestão Pública (NGP) e nos conceitos de mudança estratégica, estrutura organizacional, comportamento organizacional e complexidade das organizações hospitalares. A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso único, com enfoque qualitativo, no qual foram utilizados, como instrumentos de coleta de dados, a análise documental e entrevistas semi-estruturadas. A análise dos dados embasou-se na técnica de analise de conteúdo. Os resultados revelaram que, na implementação do modelo de gestão da EBSERH, a recomposição da força de trabalho, a profissionalização da gestão, a reestruturação administrativa na dimensão estrutural; e a capacitação e qualificação dos gestores, a ruptura do status quo, a redefinição dos papeis das chefias, na dimensão comportamental; foram fatores facilitadores, que contribuíram para a melhoria da eficiência operacional do HUCAM. Por outro lado, o duplo regime trabalhista estabelecido pela recomposição da força de trabalho (RJU e CLT) e as deficiências da infraestrutura antiga, na dimensão estrutural, aliado ao corporativismo dos servidores, as coalizões organizacionais, à autonomia profissional e ao sistema de comunicação incipiente, na dimensão comportamental, apresentaram-se como fatores limitadores na implementação do novo modelo, na medida em que as resistências às mudanças tornam esse processo mais lento e conturbado.